Qualquer mulher que já tenha mais de sessenta anos, ao assistir as cenas de Gabriela, a nova reapresentação da Globo, pode perfeitamente se colocar no lugar de qualquer um dos personagens femininos da estória.
O imortal Jorge Amado não exagerou nem um pouquinho, ao mostrar o lugar que a mulher realmente ocupava na sociedade, naquele tempo.
Eu mesma assistindo a novela, ás vezes dou risadas e outras vezes preciso segurar as lágrimas, pois já vi muitas cenas iguais, porem na vida real.
Lembro-me perfeitamente do preconceito que havia contra as mulheres, chamadas pelo autor de "guengas".
Tambem me lembro de que um homem para ser respeitado por seus amigos, precisava manter para si uma mulher, na chamada zona do meretrício.
O triste é que na maioria das vezes, a esposa sabia disso, mas fingia ignorar, pois não podia reclamar o procedimento de seu marido. Tinha que aquentar tudo calada.
A esposa servia apenas para ter filhos e para manter o status do homem, que a tratava como objeto de uso nas horas em que seu apetite sexual o exigia.
A coitada não podia nem manifestar sua repulsa ou seu prazer, caso o sentisse.Tinha que refrear-se caso chegasse ao orgasmo.
A mulher era preparada desde cedo para o casamento e aprendia com a mãe, á nunca dizer um não á seu marido, que seria escolhido por seu pai.
Estudar e ter outra profissão, nem pensar. Moça direita tinha que ser do lar.
A novela mostra ainda outros pontos interessantes da época, como o poder dos coroneis do cacau, o voto de cabestro etc.
Vale a pena acompanhar os capítulos, pois além da excelente interpretação dos atores, podemos tambem relembrar uma das maiores obras do inesquecivel Jorge Amado.
Beijos da Vovó Lleches
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